Movimento “Negro” faz REFLEXÃO no aniversário da “Abolição” com atividades
Para uma reflexão aos 131 anos da libertação dos escravos brasileiros com a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, ocorrida no dia 13 de maio de 1888, o coletivo Okayofu que reúne mulheres negras de Patrocínio se mobilizaram na noite dessa segunda-feira. Na oportunidade, foi realizado no Salão de Eventos da “União Operária”, um Workshop de Tranças Afro que, movimentou o universo feminino negro da cidade. O evento marcou uma reflexão sobre o pós-abolição, enquanto o empreendedorismo e a mulher negra será o foco dos trabalhos a serem realizados pelo coletivo Okayofu nos próximos meses. As informações são da professora Elida Amparo, presidente do COMPIR (Conselho Municipal para Promoção da Igualdade Racial de Patrocínio), salientando que: “Temos que aprender a empreender”, afirmou. Nessa segunda-feira (13.05), são completados 128 anos da libertação, mas os impactos de quase quatro séculos de escravidão continuam presentes na sociedade brasileira.
Situação social do negro
Depois da abolição, não foram tomadas medidas para inserir a população negra na sociedade. Não houve, por exemplo, nenhuma ação para viabilizar o acesso a terra e à moradia e os negros tinham que disputar o mercado de trabalho com os brancos e imigrantes – na maior parte das vezes mais qualificados e sem carregar o ranço da escravidão recente. Os libertos também ficavam às margens das políticas de saúde e educação, impedindo que eles exercessem uma verdadeira cidadania. Os 131 anos passados da abolição demonstram que há muito a se avançar no Brasil para que a população negra tenha as mesmas oportunidades e justiça social.
Exclusão Social
Cento e trinta um anos se passaram e continua a haver em nosso país relações raciais muito assimétricas, com camadas populares majoritariamente formadas por negros condenadas à exclusão social. Levantamentos da ONU mostram, por exemplo, que 70% das pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil são negros e que o salário médio da população negra no país é 2,4 vezes mais baixo que o dos brancos. Além disso, 80% dos analfabetos brasileiros são negros e mais de 40% das vítimas de homicídios no país são negros de 15 e 29 anos. Estes são apenas alguns dados, há muitos outros. Políticas afirmativas – com ou sem recorte específico de raça – ajudam a reduzir essas disparidades, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Por tudo isso, 13 de maio deve ser um dia de luta e consciência, muito mais do que de comemoração.
ASCOM/PMP/Luiz Cabral com informações/Fotos Divulgação